definitivamente é isso.
entrei ontem oficialmente na 32ª semana de gestação e nunca senti tantas contrações de braxton-hicks... felizmente, tenho lido muito e falado a respeito no grupo de gestantes porque senão, seria um grande susto perceber tantas vezes em tão pouco tempo, minha barriga ficando dura, ora daqui, ora dali... uff.
sofri um pouco com isso, o bebê está grande, sinto ele se movendo até quando estou caminhando. é gostoso, não se engane, para mim não é nenhum incômodo... aliás, acho que vou sentir saudades de tudo isso mas, pensando bem, assusta um pouco. a barriga passa a ser um orgão involuntário, tem vontades e preferências próprias...

enfim, estou aqui num momento de total insonia, vou me preparar para tentar dormir... camilo já está lá há algum tempo, chove incessantemente lá fora e, eu tenho muita sede... hora de caminha, já.
tem momentos que tudo parece me irritar. olho pra meu redor e não vejo nada que me motive a nada. nada tem a minha cara, nada tem o meu jeito nem a minha participação ativa. seria tudo produto de uma historia de passividade frente aos fatos, um "deixa rolar" compulsivo para parecer que tudo é natural e relaxado... não sei se eu saberia fazer as coisas de forma diferente mas, o fato é que olho ao redor e toma conta de mim um certo desespero, uma certa fobia, uma certa vontade de eu deixar de ser eu.

tem dias que me esforço para fazer algo que tenha a minha cara. algo que eu diga que é fruto da realização das minhas proprias mãos e está forjado com idéias que sairam da minha imaginação. no fim, o que tenho, em geral, são pedaços de papel rasgado e produtos com formas assimétricas e feias, um resultado final muito distante do proposto e imaginado... o sentimento de frustração parece me deixar muito pior...

por isso, em geral, tento algo e largo por tanto tempo. foi assim com as velas, com os cadernos, com as caixas, com pintar, desenhar... tudo foi ficando disforme e distante do imaginado e isso eu não posso suportar. por isso, tudo isso está realmente deixado de lado.

assim, se torna melhor ler do que escrever. melhor olhar as fotos dos outros do que sair para tirar, revelar e etc... assim, melhor invejar as obras dos artistas que sujar as mãos de tinta e arriscar. melhor baixar algo pronto e não precisar pensar e suar para criar. melhor ir a uma loja e dizer que está caro, não conseguir comprar matéria prima e ter vergonha de buscar na rua, assim seguimos num lamaçal de frustração.

meu corpo não obedece mais à minha mente porque há anos minha mente parou de criar e passou a se guiar por medos, vontades volúveis, ideais insolúveis, pânico, estresse e uma obsessão por uma vida que não posso me dar. e agora, o que estou fazendo é gerar uma vida que não sei se posso cuidar.

como é que vou fazer com este bebê? como é que vou amá-lo e dar o que ele precisa? como é que não vou me sentir idiota diante de tanta coisa que não sei como fazer? como é que vou ser exemplo e espelho para ele, para ensiná-lo a ser gentil, a ter esperança, a lutar pelos sonhos dele e a não ter medo de enfrentaro mundo? como posso fazer isso se sou uma grande farsa, um fracasso sem fim?

ou eu não precisaria saber como, nem ter essa ansiedade do quando?
será mesmo que a gente se descobre mulher, leoa e mãe ao mesmo tempo?
será que isso tudo são hormônios, medo do desconhecido e que na verdade ser mãe é, sim, viver no paraíso?

estou aqui para saber.
estou aqui pelas respostas.
e minhas perguntas nunca cessarão.
ocultar o oculto
observar o mundo pelas lentes de um binóculo
se entregar a tudo
bem de frente eu broto
conspirar em tudo
por um bem remoto
ansiar o fruto
e deixar o sorriso florescer
nos lábios carnudos de desejo da vida
se sorrir, crescer, deixa ampliar e se esvaecer.

uma bolha em mim
explode e quer viver
um eu mais profundo, mais leve e feliz
um sorriso, um riso, uma expressão de ser.
me inspiro em ti, em ti e em tis
me deixo levar só por um segundo a mais...

80 kg a menos
carreguem meus pesos
completadas as 31 semanas, chegam as 32 e parece que não vai ter fim... Na verdade, não sei se eu gostaria que tivesse. Mas, and tão chatona ultimamente que talvez seja melhor. Ou melhor ainda, encontrar uma maneira de ficar mais tranquila e legal.
O que acontece é que de repente todos os fantasmas guardados, escondidos, esquecidos, deixados de lado e mesmo aqueles com que convivo todo dia resolvem se encontrar e fazer a festa. E eu me vejo, de repente, dizendo coisas sem sentido, sonhando acordada, chorando como uma desatada ou simplesmente sentindo muito desejo de sensações e sabores há muito rejeitados ou esquecidos.
o phoda com ph da vida é esse...
não conseguir conciliar as coisas importantes da vida ou iniciar e tocar novos e nossos projetos pessoais com o mesmo afinco que temos ao lidar com projetos e coisas importantes dos outros...

na verdade estou falando do trabalho versus a vontade de fazer o que quero...

eis que a vida me prega nova surpresa e neste momento me encontro absolutamente grávida.

eis que chegou minha vez de gerar vida... e é tão especial a experiência...
mas, não vou choramingar palavras sobre a beleza da maternidade.
o que quero é colocar pra fora minha inconformidade com minha atual (e desde algum tempo, já) situação de inércia pessoal.

tenho feito tanto pelo trabalho e nada por mim já tem algum tempo...
e agora que vem o bebê, estranho, veio a necessidade de pensar em mim... em nós dois e em nós três. porque agora eu sou mais um, além de nós...

vamos ver se consigo retomar essa bodega começando pelo blog.
um abraço, beijo e chau.
este ano assisti alguns filmes com o ator americano Morgan Freeman. Sempre me tocou o jeito como atua e principalmente sua presença em cena e a força/delicadeza de seus personagens ainda que muitas história/roteiros para mim, sejam um pouco duvidosos. o primeiro filme que me tocou foi na adolescencia, com Se7en, apesar de ele haver brilhado com "Driving Miss Daisy" cerca de seis anos antes, filme que assisti na tv anos depois e que me emocionou mas, não me chamou a atenção.

camilo e eu conversamos algo sobre ele, depois de Gone BAby Gone e, de repente me veio uma dúvida: "engraçado como Morgan Freeman sempre faz papel de velho..." e, de repente nossas cabecinhas se puseram a lembrar ou, a tentar recordar de algum flash, algum frame, algum sutil momento em nossas vidas em que tivessemos visto, mesmo que de relance, uma imagem de Freeman jovem, em alguma imagem desgastada do tempo, p&b, com infindáveis sujeiras de negativo mas, enfim... buscar na memória foi em vão.

tentei resistir ao máximo ao buscar essa informação na internet. mas, hoje, depois de assistir à "The Bucket List", não resisti. uma observação do próprio Nicholson durante o filme, sobre as sardas de Freeman foram o ápice de minha curiosidade.

"não é estranho um negro com sardas?" perguntei a camilo e ele me respondeu com um olhar crédulo de "sim..."

assim que freeman é um sujeito curioso.
e vim ao imdb e me diverti descobrindo que seu primeiro papel no cinema como figurante foi no filme "The Pawnbroker" de 64 quando tinha quase 30 e o primeiro personagem creditado aconteceu apenas em 1971, já com 30 e poucos...

mas, os personagens marcantes e os bons filmes só mesmo nos anos 80 e 90 então dá pra dizer mesmo que ele sempre fez papel de velho...

mesmo quando era jovem, ela ja era velho.... rs... virou piada... ainda que piada interna..
estava imaginando cá com meus botões o que estaria euzinha fazendo se não tivesse e-mail pra checar, post pra publicar, fotos pra administrar, sites de notícias e de amigos para acessar... o que estaria fazendo?

cresci sem e-mail e computador mas isso foi até 93 quando minha mamy comprou seu primeiro aptiva da ibm com super 8 MB de HD (ou algo infímo assim) e era o mais moderno de todos porque todos as minhas amiguinhas que tinham computador (2, no máximo) tinham ainda aqueles de tela preta com letrinhas verdes... o tal de 486...com DOS!!!

apesar de ter crescido longe do computador, minha vida profissional já foi iniciada praticamente paralela ao uso do computador e na faculdade em 98 eu já tinha email... ou seja... de lá pra cá, a vida "cibernáutica" só foi crescendo e tomando espaço do meu dia...

até chegar ao presente momento em que me encontro, à 1h13 da manhã, postando num blog, esperando chegar um email onde conste um link de FTP onde foi postado um arquivo de áudio para atualizar um projeto que deve ser enviado por via link Rio-SP para uma apresentação amanhã às 9 da amanhã...

e, eu aqui, numa fase totalmente orkut da minha vida, postando fotinhos e xeretando a vida dos outros, deixando scraps carentes a pessoas que gosto e tenho saudade e que só tenho a chance de ver através da própria "cibernautecnologia" e, escrevendo este post pra postar pra talvez alguem ler e deixar algum "comment" ou quem sabe nada disso....

pra onde estamos indo?
hehehe, nos mudamos hoje... finalmente!

mas, unhappy, não sei se começaram os pesadelos verdadeiros, ou não!
caramba... tô indo assinar um contrato...
responsa... e o medo? o medo de me enrolarem, me procesarem, etc?

acho que preciso de um amigo advogado de confiança...
relacionar-se, falar, discutir, abrir...

bom
puxa vida, ontem tava tristona... fases de mudança... não deu tempo de comemorar ainda os lances do apartamento...na verdade, apesar de estar na mão, não fechamos ainda o contrato. não tenho nada assnado na mão e isso me sufoca um pouco. camilo ainda quer dar a última olhada nos imóveis...

mesmo que as coisas sejam sempre difíceis pra mim, no sentido de que conseguir algo é sempre um parto, sempre esqueço de comemorar... acho que não esqueço, deixo pra comemorar só quando tenho certeza de que consegui algo... já contei tanto com o ovo no cu da galinha e me decepcionei em sequência que acho que peguei essa mania feia de não me empolgar quando há expectativa de algo bom... as viagens pra portugal são um exemplo diss... pra mim, a galinha tem que botar o ovo e eu já tenho que estar com ele no prato... na verdade ´ideal é já ter comido...

isso é ruim porque praticamente acabo ficando feliz só depois que a felicidade já passou... é o clássico "eu era feliz e não sabia!"... puxa...
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acho que descobri o segredo de um processo negativo que tenho e que é interessante...
talvez eu consiga começar a evitar...
viu como escrever é bom, como escrever no brógui é legal...
pena que vão tantas mágoas pras páginas webianas...
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mas, chega de lamúrios.
acabei não falando o que interessa...
dias de cão podem ser dias de alívio.

fui pra casa às 4 da manhã sem tempo de pensar em comemorar a aprovação do bendito seguro-fiança e da proposta pro apartamento que vamos alugar... a alegria não cabia em mim, queria chorar de alegria mas, não tinha como, não dava pra extravasar... ia parecer uma louca desvairada, ninguém ia entender... fui conversando um pouco com algumas pessoas mas, mais, uma vez... tive de me conter....

que saudade da keila esbaforida...

ela morreu...
Curioso... esses dias tenho tido e sofrido de uma loucura e de uma angústia sem nome. Camilo tenta e tenta decifrar-me e descobrir "que carajo me pasa" mas, é em vão porque eu mesma não sei o nome desse enjôo que sinto há quase uma semana.

tentei ler meu horóscopo mas, me deparei com um "é a época do ano em que você está mais afetado pelas idéias ancestrais do seu inconsciente" e não sei se não entendi ou se mais uma vez, prefiro não entender essas coincidências de jornal...

enfim, Luiza aqui da produção, me viu lendo o Globo e me apontou a coluna do Jabor, chamada "A felicidade hoje é fechar os olhos"... li e me lembrei do que escrevi ontem quando disse que a gente tem que ser uma publicidade ambulante...

O texto é realista, profundo, "cru"...bem escrito, é Jabor... mas, vou transcrever alguns trechos... agora acho que não estou tão sozinha no mundo... acho que posso continuar tentando ser feliz...
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**Antigamente, a felicidade era uma espécie de "missão" a ser cumprida, a conquista de "algo maior" que nos coroasse de louros; a felicidade demandava o "sacrifício", a renúncia, a luta contra obstáculos. A idéia de que a felicidade se "constrói" já ficou para trás. Hoje, felicidade é ser desejado.

A idéia de felicidade não é mais interna, como a dos monges, ou a calma vivência do instante, ou a visão da beleza. Felicidade é entrar num circuito comercial de sorrisos e festas e virar alguém a ser consumido. Felicidade é ter um bom funcionamento. McLuhan escreveu que os meios de comunicação são extensões de nossos braços, olhos e ouvidos. Hoje, nós somos extensões das coisas. Fulano é a extensão de um banco, sicrano comporta-se como um celular, beltrana rebola feito um liquidificador. Assim como a mulher deseja ser um eletrodoméstico, um "avião", peituda, bunduda, o homem quer ser uma metralhadora, uma Ferrari, um torpedo inteligente, e mais que tudo, um grande pênis voador sem flacidez e angústias. Confundimos nosso destino com o destino das coisas...**

**Somos "felizes" dentro de um chiqueirinho de irrelevâncias, bagatelas, micharias. Uma alegria para nada, para rebolar o rabo nas revistas, substituindo o mérito pela fama. Essa infantilização da felicidade pela mídia se dá num mundo em parafuso de tragédias sem solução, como uma disneylândia cercada de homensbomba. Não precisamos fazer ou saber nada; o sujeito só existe se aparecer.**

**Oscilamos entre o desejo de ser "especiais", únicos, brilhantes indivíduos, celebridades que fujam do escuro anonimato e o desejo de virar pó, de ser uma formiga obediente, conduzida por um comandante qualquer.

E tudo sempre em nome da palavra-chave da época: a liberdade, que todos fingem querer, a liberdade respirando como um bicho sem dono entre o individuo e a massa, a liberdade - esta coisa que provoca tanta angústia.**


é, Jabor...está dito.
ai, hoje eu tô tão triste....

e não tem alegria que reanime meu estado de ânimo... é uma infelicidade tão completa que toma conta de mim, que nem nada me está fazendo pensar em sorrir. que será isso? insatisfação momentânea, baixa na serotonina, falta do que fazer ou o que jesus?

bom, vou descer, comer uns chocolates e ver se passa...
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