Demorei algumas semanas para decidir o que eu faria. Na verdade, não sei se cheguei a tomar alguma...
Eu estava procurando uma solução completa dose única para todos os problemas.
Procurando desesperadamente algum tipo de remédio que curasse as dores e as feridas minhas, de Camilo e dos meninos.
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É... eu sempre falando das dores, das moléstias, das coisas dramáticas...
Então, eu estava ali, tentando encontrar tudo isso...
E não encontrava não...
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Planejamos viagens, planejamos sair, planejamos passeios. Algumas coisas deram certo. Os big planos, não.
O que dava certo era o dia a dia. Ali, com os meninos. A gente não se comunicava. Não tinha jeito.
Confesso que a arredia sou eu.
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Mas a verdade é que eu estava ruim.... ruim... Camilo falando dos projetos dos móveis e eu parecia ouvir e tentava ajudar mas, não podia... Tanta dor dentro de mim... Todas essas dores que eu falava antes eram minhas.. só minhas. De mais ninguém.
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E o trabalho ali, amenizando, me fazendo eu me sentir bem porque as coisas estavam indo e eu já tinha chegado mais longe do que aquela menina crescida na Rua Rainha do Bosque número 06 poderia, nunca, imaginar.
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E agora, todo aquele peso... Eu tenho uma vida bacana, moro num lugar bacana, tenho um companheiro maneiro, filhos lindos, espertos, inteligentes, curiosos e cheios de vida... E eu com esse rancinho.... Como fazer para isso ir embora?
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Esse hiato foi a falta de escusas para não adiar um chamado.
Esse hiato ou, essa pausa veio como justificativa para eu não me justificar mais.
Era hora de ir.
Era hora de parar de frescura e de ir me buscar lá fora porque aqui dentro não estava não.
California me chamava há anos e eu precisava ir.
E, é bom dizer, se não fosse por Camilo, não tinha vindo não. Isso é um mérito dele, sim.
Porque eu teria ficado no meu mundo, dando pequenas desculpas para deixar a vida passar mais um pouco. mas, man.... o quanto me assusta ser consciente de que a velhice vem e te avassala e não te deixa mais espaço para voltar atrás. o quanto me assusta ser consciente do tempo, que os poros envelhecem, que a pele é fugaz e que a gente se arrepende quando olha pra tras... então, sabendo de tudo isso de antemão, não poderia mais colocar empecilhos pra mim mesma. algum sonho eu tinha que realizar.....
... simplesmente contar que eu passei um mês de fevereiro maravilhoso com meus filhos.
Acho que nunca passei tanto tempo com eles, desde que voltei a trabalhar quando o Nohê tinha 03 meses.
E, é óbvio que, pensar nisso machuca um pouco. Faz eu me sentir uma pessoa ruim por alguns instantes... Não. 
Uma pessoa pessoa ruim não, porque isso eu sei que não sou. 

Mas, faz eu ter um pouco de pena de mim mesma, talvez. 
Sim... porque eu trabalho tanto não só porque eu gosto mas, porque sou perfeccionista. Porque sou profunda no que eu faço, por que mergulho de cabeça nas coisas e por vezes, simplesmente não sei olhar para os lados.

E, seguindo o mesmo raciocínio, faz eu me sentir injusta também. 

Injusta com eles, injusta com Camilomeu marido. Injusta na divisão do tempo... do meu tempo com eles, com o trabalho e comigo. Porque, tem esse detalhe também: se a balança do tempo tem pendido cerca de 80% do tempo para o trabalho, 20% para meus meninos... não sobrou nada para mim. Não sobrou nada para Camilo. E aí eis, meu bem, a chave de tudo. Que porra de equilibrio é essa? nem é...

Mas, resgatar a própria vida não é tarefa simples. Sem trabalhar, fiquei meio sem saber o que fazer. 
Por um lado, torcendo para que precisassem de mim e por outro, pensando no que fazer pela minha própria casa com meu próprio espaço aqui. Afinal, agora eu tinha algum tempo. Tinha economizado um dinheiro... não havia mais justificativa.

E... pasmem... foi aí que percebi que não podia mais tomar decisão alguma.

Eu achava que sim mas, fato é que não estava mais governando a minha vida.
sabe o quanto pode ser devastador, descobrir no meio de tudo que vc nao tem mais controle?
eu jurava que tinha.

Minimamente, até estava prestes a encontrar algum fio da meada mas, ainda não sabia.
Eu estou perdida. Ou estava.

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