caramba... tô indo assinar um contrato...
responsa... e o medo? o medo de me enrolarem, me procesarem, etc?

acho que preciso de um amigo advogado de confiança...
relacionar-se, falar, discutir, abrir...

bom
puxa vida, ontem tava tristona... fases de mudança... não deu tempo de comemorar ainda os lances do apartamento...na verdade, apesar de estar na mão, não fechamos ainda o contrato. não tenho nada assnado na mão e isso me sufoca um pouco. camilo ainda quer dar a última olhada nos imóveis...

mesmo que as coisas sejam sempre difíceis pra mim, no sentido de que conseguir algo é sempre um parto, sempre esqueço de comemorar... acho que não esqueço, deixo pra comemorar só quando tenho certeza de que consegui algo... já contei tanto com o ovo no cu da galinha e me decepcionei em sequência que acho que peguei essa mania feia de não me empolgar quando há expectativa de algo bom... as viagens pra portugal são um exemplo diss... pra mim, a galinha tem que botar o ovo e eu já tenho que estar com ele no prato... na verdade ´ideal é já ter comido...

isso é ruim porque praticamente acabo ficando feliz só depois que a felicidade já passou... é o clássico "eu era feliz e não sabia!"... puxa...
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acho que descobri o segredo de um processo negativo que tenho e que é interessante...
talvez eu consiga começar a evitar...
viu como escrever é bom, como escrever no brógui é legal...
pena que vão tantas mágoas pras páginas webianas...
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mas, chega de lamúrios.
acabei não falando o que interessa...
dias de cão podem ser dias de alívio.

fui pra casa às 4 da manhã sem tempo de pensar em comemorar a aprovação do bendito seguro-fiança e da proposta pro apartamento que vamos alugar... a alegria não cabia em mim, queria chorar de alegria mas, não tinha como, não dava pra extravasar... ia parecer uma louca desvairada, ninguém ia entender... fui conversando um pouco com algumas pessoas mas, mais, uma vez... tive de me conter....

que saudade da keila esbaforida...

ela morreu...
Curioso... esses dias tenho tido e sofrido de uma loucura e de uma angústia sem nome. Camilo tenta e tenta decifrar-me e descobrir "que carajo me pasa" mas, é em vão porque eu mesma não sei o nome desse enjôo que sinto há quase uma semana.

tentei ler meu horóscopo mas, me deparei com um "é a época do ano em que você está mais afetado pelas idéias ancestrais do seu inconsciente" e não sei se não entendi ou se mais uma vez, prefiro não entender essas coincidências de jornal...

enfim, Luiza aqui da produção, me viu lendo o Globo e me apontou a coluna do Jabor, chamada "A felicidade hoje é fechar os olhos"... li e me lembrei do que escrevi ontem quando disse que a gente tem que ser uma publicidade ambulante...

O texto é realista, profundo, "cru"...bem escrito, é Jabor... mas, vou transcrever alguns trechos... agora acho que não estou tão sozinha no mundo... acho que posso continuar tentando ser feliz...
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**Antigamente, a felicidade era uma espécie de "missão" a ser cumprida, a conquista de "algo maior" que nos coroasse de louros; a felicidade demandava o "sacrifício", a renúncia, a luta contra obstáculos. A idéia de que a felicidade se "constrói" já ficou para trás. Hoje, felicidade é ser desejado.

A idéia de felicidade não é mais interna, como a dos monges, ou a calma vivência do instante, ou a visão da beleza. Felicidade é entrar num circuito comercial de sorrisos e festas e virar alguém a ser consumido. Felicidade é ter um bom funcionamento. McLuhan escreveu que os meios de comunicação são extensões de nossos braços, olhos e ouvidos. Hoje, nós somos extensões das coisas. Fulano é a extensão de um banco, sicrano comporta-se como um celular, beltrana rebola feito um liquidificador. Assim como a mulher deseja ser um eletrodoméstico, um "avião", peituda, bunduda, o homem quer ser uma metralhadora, uma Ferrari, um torpedo inteligente, e mais que tudo, um grande pênis voador sem flacidez e angústias. Confundimos nosso destino com o destino das coisas...**

**Somos "felizes" dentro de um chiqueirinho de irrelevâncias, bagatelas, micharias. Uma alegria para nada, para rebolar o rabo nas revistas, substituindo o mérito pela fama. Essa infantilização da felicidade pela mídia se dá num mundo em parafuso de tragédias sem solução, como uma disneylândia cercada de homensbomba. Não precisamos fazer ou saber nada; o sujeito só existe se aparecer.**

**Oscilamos entre o desejo de ser "especiais", únicos, brilhantes indivíduos, celebridades que fujam do escuro anonimato e o desejo de virar pó, de ser uma formiga obediente, conduzida por um comandante qualquer.

E tudo sempre em nome da palavra-chave da época: a liberdade, que todos fingem querer, a liberdade respirando como um bicho sem dono entre o individuo e a massa, a liberdade - esta coisa que provoca tanta angústia.**


é, Jabor...está dito.
ai, hoje eu tô tão triste....

e não tem alegria que reanime meu estado de ânimo... é uma infelicidade tão completa que toma conta de mim, que nem nada me está fazendo pensar em sorrir. que será isso? insatisfação momentânea, baixa na serotonina, falta do que fazer ou o que jesus?

bom, vou descer, comer uns chocolates e ver se passa...
não sou nem nunca fui garota popular... sempre preferi o anonimato porque a popularidade faz sofrer... faz a vida ficar visada, gera sempre uma fofoca, perde-se sempre algum momento particular... nunca fui menina de muita festa, "n amigos" que não são tão amigos.... sempre sofri quando descobri uma traição, alguém que fala mal de ti pelas costas e fiquei triste mesmo quando me dei conta de que invariavelmente amigos são realmente poucos e que sempre se fala mal dos outros por aí...

um dia resolvi ser popular. aí me larguei dos medos e preconceitos todos que acabei de listar (e olha que nem emiti uma opinião completa, apenas impressões)... andava pelos corredores e conhecia a todo mundo. meio que dominava meu mundinho... passava por cima de tudo, superava tudo, ignorava o que não me interessava, não me frustrava, me respeitava... eu não era nada, não tinha nada, não tinha grana nem quem me bancara mas, eu sabia que tinha o mundo a descobrir, a se revelar pra mim e eu queria saber o que era...e eu estava lá... me sentia bem e ia muito bem obrigada, tinha força pra ignorar quem não me deixava ser quem eu queria ser...

mas, um dia meu mundo caiu. minha família se partiu, minhas condições foram por água abaixo e acho... que caí na real. fui ao chão. fui ao chão e passei.

foi assim que me tornei uma pessoa meio, dura..."crua". que presta atenção em tudo, percebe os movimentos alheios, os olhares... acho que me tornei treinada na arte de perceber como as pessoas estão ligadas no superficial, nas aparências, nas energias e propósitos que lhes interessam a primeira vista. se você nada tem a oferecer... na verdade, não importa se vc tem algo a oferecer...tem de aparentar ter o que oferecer... temos de ser uma propaganda de si mesmo ambulante!

e isso, deveras me enche o saco...

mas, não ligo muito pra isso. vivo tranquila no meu anti-socialismo... tenho amigos... ou acho que tenho porque quando menos esperamos, quem te oferece a mão é quem não espera e os "amigos"....

bom, sei que esse parece o discurso de uma amarga... talvez até um pouco seja... talvez, quem sabe eu esteja mesmo um pouco amarga demais... mas, a verdade é que dói e machuca ser sempre a nova, a café com leite, a estranha... é ruim....é ruim ser deixado de lado que nem cachorro velho.... sem ser velho!

MUNDOOOOO, será que vc não me enxerga aqui?
hoje vimos mais um apartamento legal. Desta vez, muito barato, daqueles cheio de gente pra concorrer com vc... é muito pequeno também, não tem elevador e fica no quarto andar mas, é tão barato.... vamos tentar mais uma...
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enquanto isso, vou falando com a outra imobiliária vendo se consigo entender o sistema de seguro fiança deles e, se realmente isso vale a pena. Ali, seria um ap pra gente ficar mais tempo, com dois quartos, varanda, rua arborizada, com elevador, pode ter bicicleta... sei lá... certas ilusões. tenho que contar com a sorte do Santo Seguro Fiança aprovar tudo e realmente, ficaria feliz se desse certo.
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No trabalho pelo menos, as coisas hoje fluiram um pouco mais. Tomei uns vácuos ainda assim... difícil correr atrás, na última posição sempre mas, em algum momento a coisa se reverte... ou termina de vez. espero aguentar e superar mais esta. como em outras fases da vida.
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será que algum dia eu fui tão conformista assim???
???
??
?
Desliguei o telefone, feliz de alegria.
O online foi aprovado, podemos "tocar ficha" na cópia de veiculação... fiquei feliz de alegria mas, nem lembrei que já temos outra versão do mesmo filme mas, com alterações, novos letreiros etc... ou seja a coisa continua e a felicidade já já se torna correria e novas correções de cor, pedidos e etc...assim a vida de finalizadora junior, segue.....
Pensamentos quase póstumos
LUCIANO HUCK


LUCIANO HUCK foi assassinado. Manchete do "Jornal Nacional" de ontem. E eu, algumas páginas à frente neste diário, provavelmente no caderno policial. E, quem sabe, uma homenagem póstuma no caderno de cultura.
Não veria meu segundo filho. Deixaria órfã uma inocente criança. Uma jovem viúva. Uma família destroçada. Uma multidão bastante triste. Um governador envergonhado. Um presidente em silêncio.
Por quê? Por causa de um relógio.
Como brasileiro, tenho até pena dos dois pobres coitados montados naquela moto com um par de capacetes velhos e um 38 bem carregado.
Provavelmente não tiveram infância e educação, muito menos oportunidades. O que não justifica ficar tentando matar as pessoas em plena luz do dia. O lugar deles é na cadeia.
Agora, como cidadão paulistano, fico revoltado. Juro que pago todos os meus impostos, uma fortuna. E, como resultado, depois do cafezinho, em vez de balas de caramelo, quase recebo balas de chumbo na testa.
Adoro São Paulo. É a minha cidade. Nasci aqui. As minhas raízes estão aqui. Defendo esta cidade. Mas a situação está ficando indefensável.
Passei um dia na cidade nesta semana -moro no Rio por motivos profissionais- e três assaltos passaram por mim. Meu irmão, uma funcionária e eu. Foi-se um relógio que acabara de ganhar da minha esposa em comemoração ao meu aniversário. Todos nos Jardins, com assaltantes armados, de motos e revólveres.
Onde está a polícia? Onde está a "Elite da Tropa"? Quem sabe até a "Tropa de Elite"! Chamem o comandante Nascimento! Está na hora de discutirmos segurança pública de verdade. Tenho certeza de que esse tipo de assalto ao transeunte, ao motorista, não leva mais do que 30 dias para ser extinto. Dois ladrões a bordo de uma moto, com uma coleção de relógios e pertences alheios na mochila e um par de armas de fogo não se teletransportam da rua Renato Paes de Barros para o infinito.
Passo o dia pensando em como deixar as pessoas mais felizes e como tentar fazer este país mais bacana. TV diverte e a ONG que presido tem um trabalho sério e eficiente em sua missão. Meu prazer passa pelo bem-estar coletivo, não tenho dúvidas disso.
Confesso que já andei de carro blindado, mas aboli. Por filosofia. Concluí que não era isso que queria para a minha cidade. Não queria assumir que estávamos vivendo em Bogotá. Errei na mosca. Bogotá melhorou muito. E nós? Bem, nós estamos chafurdados na violência urbana e não vejo perspectiva de sairmos do atoleiro.
Escrevo este texto não para colocar a revolta de alguém que perdeu o rolex, mas a indignação de alguém que de alguma forma dirigiu sua vida e sua energia para ajudar a construir um cenário mais maduro, mais profissional, mais equilibrado e justo e concluir -com um 38 na testa- que o país está em diversas frentes caminhando nessa direção, mas, de outro lado, continua mergulhado em problemas quase "infantis" para uma sociedade moderna e justa.
De um lado, a pujança do Brasil. Mas, do outro, crianças sendo assassinadas a golpes de estilete na periferia, assaltos a mão armada sendo executados em série nos bairros ricos, corruptos notórios e comprovados mantendo-se no governo. Nem Bogotá é mais aqui.
Onde estão os projetos? Onde estão as políticas públicas de segurança? Onde está a polícia? Quem compra as centenas de relógios roubados? Onde vende? Não acredito que a polícia não saiba. Finge não saber.
Alguém consegue explicar um assassino condenado que passa final de semana em casa!? Qual é a lógica disso? Ou um par de "extraterrestres" fortemente armado desfilando pelos bairros nobres de São Paulo?
Estou à procura de um salvador da pátria. Pensei que poderia ser o Mano Brown, mas, no "Roda Vida" da última segunda-feira, descobri que ele não é nem quer ser o tal. Pensei no comandante Nascimento, mas descobri que, na verdade, "Tropa de Elite" é uma obra de ficção e que aquele na tela é o Wagner Moura, o Olavo da novela. Pensei no presidente, mas não sei no que ele está pensando.
Enfim, pensei, pensei, pensei. Enquanto isso, João Dória Jr. grita: "Cansei". O Lobão canta: "Peidei".
Pensando, cansado ou peidando, hoje posso dizer que sou parte das estatísticas da violência em São Paulo. E, se você ainda não tem um assalto para chamar de seu, não se preocupe: a sua hora vai chegar.
Desculpem o desabafo, mas, hoje amanheci um cidadão envergonhado de ser paulistano, um brasileiro humilhado por um calibre 38 e um homem que correu o risco de não ver os seus filhos crescerem por causa de um relógio.
Isso não está certo.


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LUCIANO HUCK, 36, apresentador de TV, comanda o programa "Caldeirão do Huck", na TV Globo. É diretor-presidente do Instituto Criar de TV, Cinema e Novas Mídias.
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