2005 - PARTE 1

bom, a esta altura, do ano, arrisco meu primeiro post.
é fevereiro, termina o carnaval, muita coisa mudou na minha vida e já não vejo razões para disfarçar isso nem aqui, no lado virtual da minha vida.

estou morando na argentina já tem quase um ano: 10 meses e 7 dias, exactamente! e faço uma contagem regressiva para quando volte ao brasil. é uma contagem regressiva um pouco dramática por que nunca sei em que número começar a contar e são inúmeras as vezes em que tive que substituir um número baixo, por outros (bem) mais altos.

tem quem me diga: VOLTE JÁ!!, como se fosse fácil. a dificuldade em voltar é igual a que uma pessoa tem para deixar seu pais natal. bom, e além disso, não vim apenas para estudar e voltar: vim viver, com todas as implicações que indicam isso: lugar pra morar, relações, pessoas, contas, comida.... sobrevivência.

penso que cada pessoa, passa por coisas na vida, que fazem com que realmente cresça, amadureça e coloque na balança valores, tudo.... não me atreveria a dizer que essas coisas são coisas boas ou más. diria que são experiências e experiências podem resultar. nada mais... o resultado e suas consequências, sim é que podem ser bons ou maus. eu estou na fase em que não posso fazer julgamentos. estou aprendendo, estou avaliando e digo que, às vezes dói. e, dói, muito. e, às vezes, disfruto muito também...

para mim, a solidão é um fantasma que estou enfrentando de frente. ainda que eu saiba que estou (muito) bem acompanhada por Camilo é muito louco ter contato com minha vida, minhas historias de vida, meus amigos e minha família por telefone, email, por messenger, por uma webcam ou fotos digitalizadas....acompanho o crescimento do meu sobrinho, as descobertas e últimos feitos de meus melhores amigos, me aproximo e me distancio de pessoas pela internet.

gente que eu pensava longe, se mantem perto e o contrario também é valido.

hoje, questiono uma série de coisas que antes, não dava importância. coisas que antes, eu simplesmente ignorava. ainda não sei como explicar isso mas, não sei ainda, se o que passou foi que eu saí de uma bolha e senti na pele que o mundo é realmente muito complicado ou se o ser humano é algo tão singular que está, em velocidade proporcional ao desenvolvimento tecnológico, se tornando cada vez mais degradante, de forma que a um olhar mais atento, até a esperança se torna algo difícil de manter e ao qual se agarrar..... talvez, as duas coisas.